QI-QUESTÃO DE INTELIGÊNCIA
Grupo: Carlos Eduardo, Andressa Araújo,
Rafael Xavier, Glênio Rodrigues,
Wagner Mendonça, Diogo Ferreira,
Lysander Pereira.
Série: 3º Ano Médio Turno: Manhã Prof.ª: Lenilza
Trabalho
sobre Augusto dos Anjos
e sua obra “Eu”, referente a
nota bimestral.
Introdução
Augusto
de Carvalho Rodrigues dos Anjos (Engenho
pau D’arco (Sapé), 20
de abril de 1884 — Leopoldina, 12
de novembro de 1914) foi um poeta brasileiro,
identificado muitas vezes como simbolista ou parnasiano. Todavia, muitos críticos, como o poeta Ferreira
Gullar, preferem identificá-lo como pré-modernista, pois encontramos características nitidamente expressionistas
em seus poemas.
É
conhecido como um dos poetas mais críticos do seu tempo, e até hoje sua obra é
admirada tanto por leigos como por críticos literários.
A obra
se destaca pela visão da vida, numa espécie de réplica à idealização dos temas praticados pelo Parnasianismo. Nessa obra, o autor exprime melancolia, ao mesmo tempo em que desafia os parnasianos, utilizando
palavras não-poéticas como verme, cuspe, vômito, entre outras. A obra só possuiu grande vendagem após a morte do poeta. Alguns a consideram uma obra expressionista, outros veem nela características impressionistas, sendo
comumente classificada como pertencente ao pré-modernismo brasileiro. Ele também foi considerado romântico por muitos
dos seus críticos brasileiros, pois sua poesia parlamentarista não agradou a
todos os intelectuais negligentes da época.
Biografia
Um dos
maiores biógrafos de Augusto dos Anjos é outro conterrâneo seu, o médico
paraibano Humberto Nóbrega, trazendo à tona A poética carnavalizada de
Augusto dos Anjos uma das críticas mais relevantes às contribuições
à investigação científica sobre o EU por meio de sua obra de
longo fôlego, publicada em 1962, pela editora da primeira Universidade Federal
da Paraíba, na qual o biógrafo Humberto Nóbrega foi também Reitor.
Augusto
dos Anjos nasceu no Engenho Pau d'Arco, atualmente no município de Sapé, Estado da Paraíba. Foi educado nas primeiras letras pelo pai e estudou no Liceu
Paraibano, aonde viria a ser professor em 1908. Precoce poeta brasileiro,
compôs os primeiros versos aos sete anos de idade.
Em 1903, ingressou no curso de Direito na Faculdade
de Direito do Recife, bacharelando-se em 1907. Em 1910 casa-se com Ester Fialho. Seu contato com a leitura influenciaria muito na construção de sua dialética poética e visão de mundo.
Com a
obra de Herbert Spencer, teria
aprendido a incapacidade de se conhecer a essência das coisas e compreendido a
evolução da natureza e
da humanidade. De Ernst
Haeckel, teria absorvido o conceito da monera como princípio da vida, e de que a morte e a vida são um puro fato químico. Arthur Schopenhauer o
teria inspirado a perceber que o aniquilamento da vontade própria seria a única
saída para o ser humano. E da Bíblia
Sagrada ao qual, também, não
contestava sua essência espiritualista, usando-a para contrapor, de forma
poeticamente agressiva, os pensamentos remanescentes, em principal os ideais iluministas/materialistas que,
endeusando-se, se emergiam na sua época.
Essa filosofia, fora do contexto europeu em que nascera para Augusto dos Anjos seria a
demonstração da realidade que via ao seu redor, com a crise de um modo de
produção pré-materialista,
proprietários falindo e ex-escravos na miséria. O mundo seria representado por
ele, então, como repleto dessa tragédia, cada ser vivenciando-a no nascimento e na morte.
Dedicou-se
ao magistério,
transferindo-se para o Rio de
Janeiro, onde foi professor em vários
estabelecimentos de ensino. Faleceu em 12 de
novembro de 1914, às 4 horas da madrugada, aos 30 anos, em Leopoldina, Minas
Gerais, onde era diretor de um grupo
escolar. A causa de sua morte foi a pneumonia.
Durante
sua vida, publicou vários poemas em periódicos, o primeiro, Saudade, em 1900. Em 1912, publicou seu livro único de poemas, Eu. Após sua morte,
seu amigo Órris Soares organizaria uma edição chamada Eu e Outras Poesias,
incluindo poemas até então não publicados pelo autor.
Curiosidades
biográficas
§
Um personagem constante em seus
poemas é um pé de tamarindo que
ainda hoje existe no Engenho Pau d'Arco.
§
Seu amigo Órris Soares contou que
Augusto dos Anjos costumava compor "de cabeça", enquanto gesticulava
e pronunciava os versos de forma excêntrica, e só depois transcrevia o poema
para o papel.
§
De acordo com Eudes Barros, quando morava no Rio de Janeiro com a irmã, Augusto
dos Anjos costumava compor no quintal da casa, em voz alta, o que fazia sua
irmã pensar que era doido.
§
Embora tenha morrido de pneumonia,
tornou-se conhecida a história de que Augusto dos Anjos morreu de tuberculose,
talvez porque esta doença seja bastante mencionada em seus poemas.
Obra
poética
A poesia brasileira estava
dominada por simbolismo e parnasianismo, dos
quais o poeta paraibano herdou algumas características formais, mas não de
conteúdo. A incapacidade do homem de expressar sua essência através da
"língua paralítica" (Anjos, p. 204) e a tentativa de usar o
verso para expressar da forma mais crua a realidade seriam sua apropriação do
trabalho exaustivo com o verso feito pelo poeta parnasiano. A erudição usada
apenas para repetir o modelo formal clássico é rompida por Augusto dos Anjos,
que se preocupa em utilizar a forma clássica com um conteúdo que a subverte,
através de uma tensão que repudia e é atraída pela ciência.
A obra de Augusto dos Anjos
pode ser dividida, não com rigor, em três fases, a primeira sendo muito
influenciada pelo simbolismo e sem a originalidade que marcaria as posteriores.
A essa fase pertencem Saudade e Versos Íntimos. A
segunda possui o caráter de sua visão de mundo peculiar. Um exemplo dessa fase
é o soneto Psicologia de um Vencido. A última corresponde à sua
produção mais complexa e madura, que inclui Ao Luar.
Sua poesia chocou a muitos,
principalmente aos poetas parnasianos, mas hoje é um dos poetas brasileiros que
mais foram reeditados. Sua popularidade se deveu principalmente ao sucesso
entre as camadas populares brasileiras e à divulgação feita pelos modernistas.
Hoje em dia diversas
editoras brasileiras publicam edições de Eu e Outras Poesias.
Alguns dos poemas de Augusto
dos Anjos
VERSOS ÍNTIMOS
Vês! Ninguém assistiu ao formidável
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
Enterro de tua última quimera.
Somente a Ingratidão - esta pantera -
Foi tua companheira inseparável!
Acostuma-te à lama que te espera!
O Homem, que, nesta terra miserável,
Mora, entre feras, sente inevitável
Necessidade de também ser fera.
Toma um fósforo. Acende teu cigarro!
O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que apedreja.
Se a alguém causa inda pena a tua chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te beija!
VANDALISMO
Meu coração tem catedrais imensas,
Templos de priscas e longínquas datas,
Onde um nume de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.
Na ogiva fúlgida e nas colunatas
Vertem lustrais irradiações intensas
Cintilações de lâmpadas suspensas
E as ametistas e os florões e as pratas.
Com os velhos Templários medievais
Entrei um dia nessas catedrais
E nesses templos claros e risonhos.
E erguendo os gládios e brandindo as hastas,
No desespero dos iconoclastas
Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!
Templos de priscas e longínquas datas,
Onde um nume de amor, em serenatas,
Canta a aleluia virginal das crenças.
Na ogiva fúlgida e nas colunatas
Vertem lustrais irradiações intensas
Cintilações de lâmpadas suspensas
E as ametistas e os florões e as pratas.
Com os velhos Templários medievais
Entrei um dia nessas catedrais
E nesses templos claros e risonhos.
E erguendo os gládios e brandindo as hastas,
No desespero dos iconoclastas
Quebrei a imagem dos meus próprios sonhos!
Referências
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